sábado, 31 de julho de 2010

Pela última vez

Eu sou Portuguesa de gema. Por amor da santa, qual é a dificuldade? Diz que sim, que pareço inglesa ou alemã ou o raio que o parta mas não, sou mesmo Portuguesa. E a culpa de pensarem isto é a minha altura (1.72m), os olhos verdes, o cabelo loiro e as bochechas vermelhas quando apanho sol (o mínimo raio de luz provoca isto, a sério). Como se não chegasse, ainda me deram à nascença uns ombros largos (foi o bónus, tudo o resto sabia a pouco). Como tal, e como esta tourada já dura há tempo demais, vou pintar o cabelo de castanho (finalmente. E nada de castanhos claros, é castanho castanho e acabou). Depois aí quero ver se ainda falam inglês comigo quando se dirigem a mim nos parques de diversões (até no Zoomarine, é dose).
É sempre tão divertido quando um ou uma amiga nossa se embebeda e depois fica o grupo todo (sóbrio) a curtir a bebedeira do outro, não é? Acho que ainda se diverte mais com isso do que o bêbado em questão.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Sinto-me excluída (as teorias da June #2)

Começo a chegar à conclusão de que sou a única que pára por estas bandas que não tem um gato, que não foi ao Alive, que não tem namorado, marido nem nada de colorido e que não faz um post a explicar como dorme no verão (acho que é sempre interessante partilhar matéria desta qualidade, eu é que sou preguiçosa). E gosto.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

As alegrias do trabalho #3 (ou vou falar em bom português)

E ontem a vaca-mais-ou-menos*, depois de eu ter estado todo o meu horário laboral a ler 'A casa dos Espíritos' (trabalho intenso, é verdade), esperou pacientemente que eu orientasse as minhas merdas para se lembrar de me mandar entregar no piso de cima um processo que tinha de ser assinado pela directora não sei do quê. Sim senhora, lá me levantei eu para ir buscar o processo, esperando pacientemente que ela se desenmerdasse e me dissesse de uma vez por todas qual era a porcaria do processo para lá entregar, e ela a grunhir coisas como 'ahh acho que é este... acho que é aqui que ela tem de assinar... espera espera! Se calhar é aqui...' e eu já a bater o pé e a bufar, e ela lá entrega, e eu corro até ao piso de cima, e lá entro pelos gabinetes dentro até que chego ao da directora não sei do quê, e mando aquilo para cima da secretária enquanto tento articular uma frase que consista em explicar o que é que eu vim ali fazer com o processo, o que resulta num simples e eficaz 'assine aqui rápido que eu levo já para baixo', e ela lá assina e eu respondo um obrigada enquanto já estava a sair dali para fora a toda a velocidade outra vez, e aparece-me um palhaço com um sorriso radiante a tapar-me a passagem e a perguntar-me quem sou eu e quem me deixou entrar ali, e eu respondo que foi a porta e espremo-me entre ele e a passagem, e deixo o palhaço a ser gozado atrás de mim pelo resto da trupe, e corro outra vez escadas abaixo ainda a rogar pragas aos palhaços e às vacas que me calham na rifa diariamente, e atiro aquilo para cima da secretária da vaca-mais-ou-menos enquanto pego finalmente nas minhas merdas e grito que me vou embora e ela toda sorrisos agradece muito e deseja muito boa praia e eu abano a cabeça (sorrir e acenar amigos, sorrir e acenar) e grito que sim que sim que vou ter quando já tinha batido com a porta e já estava finalmente a caminho da praia.
*existem três no meu departamento: a vaca mor (muito vaca), a vaca chefe (pronto...é chefe) e a vaca-mais-ou-menos (tem dias). Para minha alegria a vaca mor e a vaca chefe estão de férias.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Dás-te conta que a juventude está estragada quando...

-comentas com uma amiga da tua idade que no dia anterior te deu para ouvir Nirvana, Doors, The Clash, entre outros, e ela não sabe do que isso se trata, balbuciando apenas umas coisas semelhantes a 'eu sei que são bandas, mas mais nada...' perante o teu olhar de incredulidade;
-um rapaz desconhecido se chega ao pé de ti e diz 'eh pá tu tens uns g'andas olhos. É que são mesmo grandes. Isso quando 'tás com a moca devem parecer umas bolas de ténnis';
-os miúdos não sabem aquele jogo dos elásticos ou das linhas que se entrelaçavam nas mãos e depois se faziam outras três ou quatro formas, voltando com a última forma à forma original (que eu nunca soube o nome, se é que isto tem nome);
-falamos em Jim Morrisson julgam que queremos é dizer James Morrisson e Pixies para eles só se for a Pixie Lott;
-julgam que o Che Guevara é um boneco ou um logótipo de alguma marca que também desconhecem, e não fazem ideia do porquê daquela cara aparecer desenhada em tantos sítios.

domingo, 25 de julho de 2010

Selo(s) #2



A Annie e a Emily foram umas queridas e ofereceram-me este selo. Muitos obrigadas.
Ora e as regras? Pois que são:
1. Postar o selo e dizer quem ofereceu; (done)
2. Enumerar 3 coisas que reparam de imediato no sexo oposto e outras 3 que não suportam;
O que reparo logo logo é nos olhos, no sorriso e no corpo, assim muito rapidamente;
O que detesto é que seja mentiroso, com pouco (ou nenhum) sentido de humor e que seja possessivo/controlador;
3. Passar o selo a outros 4 blogues; (não vou pôr para já as ligações mas juro que vou passar, just a moment)
4. Comentar o blog da criadora do selo; (done)

Depois o diogo também foi um amor e passou-me este. Outro muito obrigada.



E as regras dele passam a ser:
1 - Dizer o porquê de seguirem o blog; (eu acho que ainda não sou seguidora, mas vou já tratar de ver. Shame on me)
2 - Enumerar os seguintes aspectos da vossa vida:
- o vosso maior acto de coragem; acho que foi quando desatei a correr para o meio da estrada para salvar um coelho que lá estava, vivo. E não me parece que tenha sido coragem mas mais estupidez, uma vez que nem vi se estavam a vir carros na minha direcção ou não. Por acaso tive sorte.
- a vez em que tiveram mais medo; já aqui disse, quando uma amiga minha começou a correr pela praia, às escuras, às 3h da manhã, num sítio onde é costume haver vários assaltos. Eu, alcoolizada, fui atrás dela até que ela se sentou nas rochas e eu deixei de a ver. Fiquei completamente em pânico a pensar que eu tinha ido até ali, sozinha, atrás de um fantasma. Só para verem o tamanho do susto até comecei a chorar (que é uma coisa que nunca tinha acontecido).
- uma mania irritante que tenham; morder as bochechas por dentro. Não é sonoro nem nada, mas enerva muita gente ver-me constantemente com a boca revirada para um dos lados, dizem que não faz sentido, que é feio, que parece que levei um murro na boca, que pareço uma retardada mental, que não faz sentido andar sempre assim, entre outros;
- algo que não dispensem no quotidiano; neste momento penso que é a televisão porque quando estou por casa tenho estado sempre com o cu no sofá a ver séries ou filmes que tenho gravado estes tempos. Mas isso é agora que estou de férias.
3 - Meter "gosto" no facebook do Cuat-e-Diano, simplesmente porque ele manda. isso ainda não está feito (é aquela maniazinha de "não mandas em miim, nanananana na").
4 - Enumerar os desgraçados a quem passam o selo, e avisá-los. pensando bem, posso mandar os dois selos às mesmas pessoas, não é? Assim tudo já de uma vez? É que é muito mais prático. Sou um génio. Portanto meus amigos, quando me virem aí a bater às vossas portas com a típica conversa de que tenho selos para vocês, já sabem: são estes dois. estamos em época de saldos.

sábado, 24 de julho de 2010

Eu juro que até nem sou disto...

... mas qual a melhor maneira de sacar o número ou mail ou essas coisas a um gajo sem parecer desesperada, obcecada e/ou (principalmente) stalker? Ando a estudar várias versões e nenhuma me parece a adequada. Parece que nos dias que correm ainda se usam os típicos engenhos de ir ao facebook e comentar uma foto com uma coisa original, do género "giro." (uaaau) ou meter conversa com o sempre funcional "olá, tudo bem?". Escolha difícil.

Agradece-se ajuda rápida antes que faça graves estragos. Gracias.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

E não é verdade?

"Aqueles que passam por nós não vão sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós."
ANTOINE DE SAINT-EXUPÉRY

segunda-feira, 19 de julho de 2010

E assim se cresce e se aprende

Eu já caí no chão no meio de montes de gente enquanto beijava e deixei-me estar no chão a rir. Eu já me ri na cara de um professor que tinha acabado de dizer que o próximo que piasse ia imediatamente para a rua. E fui, agarrada à barriga de tanto rir. Eu já risquei a parede do quarto dos meus pais com um cinto e pintei-a novamente, mesmo antes de eles chegarem. Eu já participei numa manifestação estúpida. À saída de um festival, no meio da estrada, já dei várias voltas ao carro, na procura de uma porta para entrar enquanto os meus pais estavam dentro do mesmo à minha espera e, quando entrei, disse, com os típicos olhos de quem fumou demais o que não devia, "entããão, tudo fixe pá?". Eu já roubei, várias coisas, em várias lojas, à frente de várias pessoas. Já me levantaram a saia quando eu tinha umas cuecas com o Snoopy estampado no cu. E muita gente viu. Eu já adormeci na areia, ao lado de uma fogueira, e acordei à chuva. Já beijei quem tinha acabado de vomitar e não me lembrei. Já tentei dar um mortal e fui de cara ao colchão. Literalmente. Eu já fui com amigos para a piscina de um hotel, sem estar hospedada. E fui expulsa. Eu já chorei baba e ranho à frente de clientes enquanto trabalhava e tentava dizer a uma colega que precisava de uma esfregona. E hoje rio-me imenso quando me lembro disto. Já fiz uma rasta e cortei-a no dia seguinte, daí agora ter um lado do cabelo maior que outro. Já estive alcoolizada encostada a uma pessoa que me disse "vê só se não vomitas em cima de mim" e eu virei-me para o lado contrário e vomitei, à frente de muitos amigos meus. E jurei para nunca mais. Eu já despejei, em cima de uma mesa de uma esplanada cheia de gente, um saco que continha um vibrador rosa choque, preservativos, algemas e fitas de cetim, enquanto dizia a um amigo "olha a prenda que me deram!". Já dancei, à volta de uma fogueira sozinha e sem música, a suposta dança da chuva. E duas horas depois estava a chover. Já cantei o "apitó comboio" no meio de um concerto. Eu já gritei "vai pra casa!" a um cantor que cantava ópera numa gala equestre, no pequeno momento silencioso em que a música tinha acabado e as pessoas ainda não estavam a bater palmas. E levaram-me dali para fora. Já apanhei o pior susto quando, alcoolizada, segui uma amiga pela praia às 3h da manhã e, ao deixar de a ver, julguei que ela era um fantasma. Eu já gritei e fui ter com pessoas que julgava conhecer e, depois, não eram elas nem sequer eram parecidas. E ri-me. Já me encharquei a mim e a mais dois amigos porque estava a chover e eu me esqueci de fechar a porta da tenda, de madrugada. Já rasguei o joelho num tijolo partido por não ouvir a minha mãe que me disse para não brincar ali, e fui cosida a sangue frio, o que resulta numa cicatriz que me acompanhará pela vida. Já me pendurei num roupeiro e levei com ele em cima. Já cometi muitos erros, já fiz muitas figuras e já passei muitas vergonhas. Demasiadas talvez. Com tudo isto, já aprendi muito. Provavelmente não o suficiente, mas tenho a certeza que muitas das coisas não vou tornar a fazer.

E vocês, quais foram as vossas piores vergonhas/figuras/erros até hoje?

sábado, 17 de julho de 2010

O que é demais também enjoa

Uma coisa é o amor. Outra são as crianças e o entendimento entre os adultos e as ditas. Logo, não entendo e faz-me confusão as conversas (demasiado) melosas entre casais, como se as (supostas) caras-metades, de repente, só compreendessem assim (que, é como quem diz, fossem burras). Conversas como "oh mor, então chegaste atasada poquê?" (e a namorada melosa lá responde qualquer coisa, no mesmo tom amoroso que o seu bom homem) "Oh, amanhã tenho de sê eu a acodar-te" (yaaa ya, tu que só levantas o cu da cama quando já é de tarde e, provavelmente, quando a desgraçada já se anda a esfalfar no trabalho há horas) "vá, amo-te muito. Nã nãã, eu é que amo mais. Nãao, eu, eu é que amo mais. Mau maau, eu é que amo, tim? Vá bebé, beijo beijo." Menos, muito menos, principalmente quando estão ao pé de terceiros. Enjoa-me ouvir destas coisas, sou muito sincera. Ah e quando tentam fazer isto comigo ainda é pior, mas normalmente atacam naquela conversa de-quem-desliga-a-chamada-primeiro, que, comigo, é qualquer coisa como isto:
June: "Olha vou ter de ir, okay?"
Gajo meloso: "Oh, porquê?"
June: "Porque sim...?"
Gajo meloso: "Oh, okay. Então desliga tu."
June: "Porquê?"
Gajo meloso: "Porque eu não quero nem consigo desligar."
June: "Ah, tá bem. Tão vá, xau, beijinho."
Gajo meloso: "Beijinhooo, gosto muito de .... pi pi pi."

quinta-feira, 15 de julho de 2010

As pistas são as estrelas

Eu sei, eu já sei que não posso contar contigo porque quando eu precisar já não estarás lá, sei que eu vou ficar e tu já terás desaparecido quando eu acordar. Posso estar a contar estrelas contigo agora mas amanhã serão elas que me contarão que caminhos seguiste e quem os seguiu contigo, ou se seguiste os caminhos de alguém, tu que nunca me deixaste pistas para te seguir a ti.

"So don't think that I'm pushing you away
When you're the one that I've kept closest."

segunda-feira, 12 de julho de 2010

A minha nova alcunha é Besuga - Desafio

Priceless. Agora, quem adivinhar a história/acontecimento/feito (ou o mais próximo de) que está por detrás de tal porcaria, tem o direito de me perguntar o que quiser (histórias, confidências, segredos, podres, whatever) e eu publico aqui. Prometido meus caros.

domingo, 11 de julho de 2010

Coméquié?

Acho muita graça às massas púdicas que por aí pairam, dizendo que mulher que se preze tem de ser uma Lady. Sempre. Só isto, assim, sem mais nem menos. E eu penso alto "então e o resto...?" e perguntam-me todos com a comum indignação "resto? Mas qual resto, hum?" "então... o resto... as coisas boas...". Passam de indignados a confusos e eu começo a sentir-me na obrigação de explicar. Oh pá sexo, foda, fazer o amor, pila na vagina, como quiserem, como é que é? É que desde pequenina que oiço que mulher que é mulher é lady à mesa e puta na cama, não me venham com merdas. Está dito.

sábado, 10 de julho de 2010

Os gajos da Meo são uns porreiros...


...e abriram, durante o mês de Julho, à borlix como o povo gosta, o videoclube de séries, descobri eu ontem. Encontro-me portanto muito feliz e refastelada no sofá a devorar a primeira temporada do The O.C- Na Terra dos ricos (pela 3ª ou 4ª vez). Para mais informações ide ao canal 58.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

As alegrias do trabalho #2

Desde segunda-feira que as tarefas escolhidas para mim dividem-se entre numerar e organizar processos e carimbar envelopes. Hoje matei o carimbo e os processos já estão todos numerados. E organizados. Cheira-me que amanhã vão-me pôr a lamber selos.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Deve ser genético. Qualquer dia passa

Como define a Sirigaita, eu tenho a PDM* e, mais concretamente, comecei há uns anos a usar a técnica TBOPNC** com toda a gente, principalmente com os 'possíveis' namorados ( que depois de conhecerem a peça se põem na alheta muito rapidamente). Nunca fui de confiar nas pessoas. Em todas elas sempre vi variados motivos para não lhes confiar demasiado as minhas vivências, medos e pensamentos. E com o passar do tempo isso só se foi agravando. Tenho os meus amigos e confio neles, é certo, mas no que toca relações o filme é outro. Desde o meu primeiro desgosto amoroso (que remota aos meus tenros 12 anos) que aprendi a adoptar uma postura diferente. Actuo com frieza, indiferença e mostro-me independente, chegando a roçar a arrogância e o "brutamontes". Nasci com uma língua afiada, o que me dá o privilégio de ter quase sempre resposta para tudo. E alguns não gostam. Como a minha mãe diz, "prefere partir do que vergar", ou seja, orgulho a transbordar por todos os poros. Eu respondo que devo ter saído a ela. Demonstro, penso e muitas vezes até digo que "não gosto assim tanto dele". E vou acertando. Até ao dia em que descobri que afinal gostava. Que afinal não era assim tão independente como julgava. E que ele já tinha partido porque eu o mandei dar uma curva. Duas vezes. Só disse "amo-te" a uma pessoa até hoje. E foi à errada. 90% das pessoas que me viam e que me conheceram pessoalmente tempos depois disseram-me que nunca pensaram que eu fosse como sou. Julgavam-me fria, convencida e arrogante. E até posso ser, e sou, para quem merece. É costume acharem estranho quando eu sou querida para alguém e já me chegaram a bater palmas por um acto carinhoso qualquer que eu tive. No entanto, a maioria das pessoas à minha volta são ao contrário: distribuem sorrisos a tudo o que mexe mas, quando conhecemos bem, são o maior gelo. Dizem frequentemente que sou má. Eu sorrio e digo que posso ser muito ruim sim, mas pelo menos não sou cínica como muita boa gente.

*PDM: puta da mania
**TBOPNC: trata-me bem ou põe-te no caralho

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Ou então é como a relva. E depois vem uma vaca...

"O amor é como as unhas dos pés: todos os dias cresce um bocadinho."

domingo, 4 de julho de 2010

As teorias da June

Já todos nós dissemos ou pensámos, pelo menos uma vez, que só fazíamos determinada coisa quando gostássemos mesmo de alguém. "Só dou o primeiro beijo quando gostar mesmo de alguém." "Só perco a virgindade com quem gostar a sério." "Só caso se ou quando tiver a certeza de amar mesmo aquela pessoa para sempre." "Filhos? Só quando encontrar a pessoa da minha vida." Mas não achamos sempre isto, cada vez que nos apaixonamos? Quando gostamos mesmo de uma pessoa não achamos sempre que pode ser para a vida, que podemos fazer tudo ao lado dessa pessoa, até que a morte nos separe como manda a tradição? Não pensamos sempre que desta vez é diferente da anterior, e que desta vez é que é, que já não vamos repetir os mesmos erros e que não há obstáculo que derrube o nosso amor? Então porque é que temos incutido em nós, desde pequenos, estas teorias das coisas certas com as pessoas certas? Não há pessoas certas nem medidas de amor exactas para fazer ou decidir o que quer que seja. Existem é níveis de confiança e de conforto que têm de ser preenchidos antes de tomarmos qualquer decisão que se mova paralelamente ao amor que sentimos pela pessoa em questão. Porque também nos ensinam desde cedo que o conforto é mais seguro que o amor, e nós aprendemos. Mas depois crescemos e vemos que sim, que o conforto é mais seguro que o amor. Mas não é amor.

Daaaarling, I'm hooome

E cá estou eu de volta. Dois dias de festival e mais uns 4 ou 5 no meio do Alentejo lá para trás do sol posto é o suficiente para revigorar completamente uma pessoa e amanhã lá começo outra vez a trabalhar. Noutro sítio. Descobri que servir cafés e impingir bolos às pessoas não é para mim, portanto lá vou eu desbravar novos ofícios. Como o meu irmão já diz, o melhor é eu começar a ler o código de trabalho, que agora tomei-lhe o gosto e não quero outra coisa. Ah, e por favor, digam-me se sou a única que odeia, não suporta, abomina, que lhe cortem os bolos ao meio sem sequer terem a decência de perguntar simplesmente "quer que corte ao meio?". Para mim, um bolo cortado ao meio perde logo metade do sabor, assim, tau. E depois fico ali a olhar para o empregado com uma cara que mistura o ar-de-bambi-abandonado e o Hulk, não sei se chore se espanque, se grite se peço por favor para me dar outro, inteiro, e é chato. É que às tantas já acho que o problema é mesmo meu.