quarta-feira, 31 de março de 2010

Cabras melancólicas

Toda a gente tem aquela amiga com os cantos da boca ligeiramente repuxados para baixo constantemente, juntamente com as sobrancelhas que se juntam no meio da testa, ao melhor estilo daqueles cães tristonhos que se vendem na Funny Shops, Sad Sam & Honey. Resumindo, a amiga com o ar estupidamente melancólico da qual nutrimos um grande sentimento de pena e compaixão e "ohh, coitadinha, ela não tem mais ninguém neste mundo cruel, não a posso deixar apesar de já estar farta dela". Ora bem, eu, como boa transeunte que sou, também tenho uma amiguinha destas já há um ano e pouco. O problema é que, à primeira vista, ela é uma querida, ligeiramente triste da vida mas nada de preocupante (ainda não lhe deu para cortar os pulsos, portanto deixo-a estar), sempre muito prestável para a minha pessoa, boa conselheira, boa ouvinte, boa apoiante e retetéu. Basicamente, boa tudo, incluindo uma boa cabra. Ora expliquemos. Como toda a gente, tenho "melhores" amigas (que se resumem a duas ou três), na qual está incluída uma amiga que vive mais longe que as outras e que, portanto, passa agora menos tempo comigo, pois só se mudou para lá há mais ou menos um ano. A amiga melancólica, cada vez que vê o visor do meu telemóvel e se apercebe de que a imagem de fundo (ainda) é a foto de mim e da tal amiga que agora mora longe, diz "ainda? Mas vocês não estavam chateadas?" "sim, mas isso não muda os meus sentimentos por ela" "Devias pôr era uma foto nossa, nunca pões ..." and so on, so on (atitudes muito maduras, sempre). É claro que isto é um pequeno exemplo, porque ela faz isto variadas vezes com todos os meus amigos. Ela simplesmente adooora que eu me chateie com algum deles, acho que ela deve sentir qualquer coisa como "hoje já ganhei o dia muahahahah". E vocês perguntam, e com toda a razão "mas... June .... PORQUE É QUE NÃO A LARGAS DE VEZ??" porque pronto, coitadinha, não a posso deixar, não tem mais amigos, pobre cabrinha ...

terça-feira, 30 de março de 2010

Conclusão do dia

R: "És alérgica a relações longas?"
J: "Não, elas é que são alérgicas a mim".

Coisas comuns

O que é que têm em comum um sofá, séries, férias, pijamas, mantas polares e chocolates?
A mim.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Coisas estúpidas em mim

Muito poucas pessoas me viram chorar por amor ou problemas, diga-se, "graves" do género. No entanto, basta matarem ou pior, torturarem, um animal à minha frente para me desmanchar em berros, choradeira, súplicas e outras coisas que tais. E por animal entende-se todos eles, incluindo as moscas, melgas, formigas, caracóis ... Ou seja, tudo o que mexa. E porquê? Porque, no meu certo e bom entender, os animais são como nós. Têm dores, sentimentos e logo, família e amigos (sim,podem rir, eu acho mesmo isso, não tenho culpa). Imaginem o que era estarem com os vossos amigos e família e vir um gigante e pisar o vosso namorado, só porque sim? Eu acho que os bichos todos se sentem assim quando pisamos ou matamos algum, apenas porque é giro ou porque nos estava a chatear muito ao almoço.

terça-feira, 23 de março de 2010

E continua #5

J: "Porque é que acabámos?"
Ele: "Não me lembro. Mas também não me interessa. Interessa-me o que passámos juntos, não o que acabou com tudo".

segunda-feira, 22 de março de 2010

Estava escuro e dirigia-me para tua casa. Como nunca tinha lá ido, liguei-te a perguntar o caminho. Depois de me explicares meia dúzia de vezes e apesar de eu continuar sem perceber, desliguei e continuei a andar, na esperança de encontrar as referências que me tinhas dado nas direcções. Obviamente, isso não aconteceu. Nunca acontece. Perdi-me. Liguei-te novamente com a mesma dúvida, à qual tu começaste a gritar, dizendo que eu não percebia nada e que sendo assim já não valia a pena lá ir ter e que o melhor era voltar para a minha casa. Comecei a chorar e desliguei. Tu sabes que odeio que gritem comigo, o que me faz pensar que talvez já o faças por isso mesmo, por me afectar tanto. Entretanto aparecem uns amigos teus, que me vêm perdida e a chorar e me pedem que lhes explique a situação, coisa que eu, a custo, faço. Dizem que me levam a tua casa e para eu não ficar assim. Começo a gritar que não, que já não quero, que és um estúpido e que gritaste comigo estando eu perdida. Começo a correr, fujo, deles, de ti e, principalmente, de nós.

Foi um sonho, mas poderia ter sido real. Até quando?

quinta-feira, 18 de março de 2010

Se eu soubesse ...

tinha escrito os dois últimos posts há mais tempo, visto que fez efeito e resolvi finalmente falar com a pessoa em questão e já está tudo bem, digamos. Há coisas assim.

quarta-feira, 17 de março de 2010

P.S: tenho muita vontade de te mandar uma mensagem ou dizer-te mesmo que tenho muitas saudades tuas ... mas não, deixa (te) estar.

sexta-feira, 5 de março de 2010

E é isto

Adoro que as minhas vivências sirvam para alimentar blogues alheios. Afinal, sempre tenho alguma utilidade neste mundo, eu que tantas vezes pensava que não.

No seguimento do post anterior ...

"Não há ninguém que não se envergonhe de ter amado outro, quando o amor já acabou entre eles."

"Os amantes apenas vêem os defeitos das amadas quando o seu encantamento acaba."
Fonte: "Máximas"
Autor: La Rochefoucauld , François

(acho que este senhor é que me compreende bem. Perdão, compreendia.)

quinta-feira, 4 de março de 2010

Amo-te ... ou então não

Quando acabamos uma relação e nos apercebemos de que "afinal, ele não era assim tão bom", também percebemos, ou pelo menos eu, que o nosso amor pela pessoa em questão não era assim tão grande, não era assim tão forte, não era assim tanto e que, talvez, não a tenhamos amado como dizíamos ou pensávamos. Porque é que nós dizemos sempre "amo-te" quando temos uma relação, quando muitas vezes depois dessa acabar, vemos que afinal não amámos coisa nenhuma? Parece que dizer "amo-te" passou a ser uma obrigação que vem por acrescento ao assumir um compromisso, quase como se fosse um 2 em 1. Se não o dizemos, é porque não gostamos assim tanto do companheiro, portanto mais vale não estar com ele. Não. Mais vale sentir, e se o outro também o sente, nós percebemos, tal como ele a nós. É muito mais... sentido, sei lá. É só de mim, ou parece que sou a única com esta opinião?

(isto vem no seguimento de uma conversa matinal em que eu discutia dizendo que ao fim de dizermos "amo-te" a muitas pessoas, a palavra perde o significado e quando o sentirmos verdadeiramente já não é especial, fim.)