quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Gostava de mandar tudo para a puta que pariu e atirar-me ponte abaixo, mas para isso tinha de te levar comigo (não quero que andes com cara de mártir outra vez por minha causa) e eu nunca fui muito dada a instintos homicidas. Só suicidas. Puta que pariu.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Carta para nenhum alguém

Tenho uma página em branco e os olhos pregados nela há três quartos de hora. Queria falar-te de tudo mas acabo por não conseguir falar de nada, como de costume, percebes? Pois, eu também não. Devia ir dormir, desocupar a cabeça do lixo, perdão, de ti, que me vagueias na mente todos os dias sem folgas, mas tenho medo que os pesadelos sejam ainda piores que os filmes que faço acordada, como de costume. Podia estar a fazer inúmeras coisas tão mais úteis, mas continuo a escrevinhar numa página agora menos branca, como se ao escrever as coisas de forma diferente lhes pudesse alterar o sentido. Podia estar contigo, por exemplo. Gostavas de estar comigo agora? Pois, eu também. E estou. Comigo, logicamente. Gostava de te falar no nosso futuro juntos. Mas depois lembro-me que esse não vai existir e então fico sem assunto novamente. Já pensei em falar no passado mas para esse eram precisas demasiadas folhas em branco e, principalmente, demasiada paciência e tempo que não possuo. Para ti, como deves calcular. Já não tenho uma folha em branco, embora os meus olhos continuem pregados nela e os três quartos de hora se tenham estendido por mais dois. Não te falei de tudo nem de nada, falei, apenas porque me apeteceu que me ouvisses, que é como quem diz, chatear-te. Devia ir sonhar (ainda não inventaram verbos para quem tem pesadelos e também não me apetece inventar nenhum as estas horas) contigo mas estou a passar tempo de qualidade comigo. A falar de ti, no entanto. Sádico. Sabes onde me encontrar, não sabes? Pois, eu também não.