quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

parente(si)s

Chamavam-lhe puta e diziam que ele era demasiado tímido - para ela. o mal deles foi apaixonarem-se, já dizia a outra. Ninguém acredita no amor de uma puta - excepto ele. Ensaiaram tragédias em torno deles, fizeram-se apostas e planos de separação (falhados). se ele é tímido nunca saberás os segredos que ele guarda, diziam as putas amigas dela. ele não tem segredos, respondia ela. Disseram que ele estava perdido mas quem se perdeu foi ela - de amores. Numa tarde ele viu-a no parque com um homem que a abraça e lhe dá a mão. ninguém acredita no amor de uma puta, pensou ele. Tirou a arma que trazia sempre pendurada à cintura e aproximou-se deles. Matou o homem e disparou contra ela. ninguém acredita no amor de uma puta, disse-lhe. Aquele que estava comigo era tio do filho que acabaste de matar, respondeu ela. Ela morreu e ele apodreceu na prisão. o mal deles foi apaixonarem-se.

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