quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

E continua #3

Hoje disseste-me que tinhas sonhado comigo, connosco. Perguntei-te o como tinha sido e disseste que tinha sido estranho, pois tínhamos feito sexo mas não nos tínhamos beijado. Questionei-me, a mim e a ti, porque é que tal tinha acontecido, ao que me respondeste "não sei, talvez o desejo que temos um pelo outro falasse mais alto". Não, talvez não nos tivéssemos beijado porque tu tens namorada, já pensaste nisso? Disseste que isso "era bem pensado". Pois, pois claro que é. E tu também conseguirias chegar depressa e facilmente a essa conclusão. Já tínhamos idade para ter juízo. Passados anos, ainda me pergunto o que é que tens de especial, o que é que me fizeste para me prender desde o primeiro instante. Não foste o meu primeiro namorado, nem namorado foste. Andámos (que é como quem diz em bom português- comemo-nos) durante um mês e meio e não te amei durante esse tempo. Não deixei que tomasses conta de mim, porque não me queria habituar a alguém que sabia não estar presente no futuro, no meu futuro. Sempre fiz tudo o que queria na nossa espécie de relação, para te mostrar que sempre tinha sido independente e que não eras tu quem ia mudar isso. Fazia os possíveis por te fazer ciúmes com ele, com quem não podias ver nem pintado de azul. Só parei com isso quando me mostraste que isso te magoava mesmo, que gostavas demasiado de mim para me perder mas que também não querias sair magoado desta situação. Não saíste magoado: saímos os dois, talvez eu mais do que tu. Nunca te contei como fiquei quando foste embora, nem mesmo quando voltámos a estar juntos, meses depois. Nunca te contei os sonhos que tive contigo, noites e noites seguidas, durante semanas consecutivas. Nunca te contei as manhãs acordada em lágrimas, ainda em lágrimas ou já em lágrimas, nunca percebi. Os dias passados calada, adormecendo de noite a chorar, ainda ou novamente a chorar. Nunca nada disto fez sentido: já tinha tido várias relações antes e todas elas tinham acabado, mas nunca assim. O mesmo se aplica ás relações seguintes, nunca acabadas neste sofrimento. Penso muitas vezes se algum dia irei conhecer alguém que tenha o mesmo efeito em mim, que faça nascer em mim o mesmo que tu conseguiste, se algum dia te irei finalmente esquecer ou se vamos tornar a ficar juntos, como tantas vezes disseste. Não quero ficar à tua espera, não espero ter-te de volta. Quero esquecer-te, simplesmente isso.

3 comentários:

  1. Aprendi uma coisa no meu passado, o que conta somos nós e o resto é palha para ser ardida e levada pelo vento, dói , custa e é dificil esquecer alias marca e não desaparece, tb já sofri por amor .. já passou um ano e ainda nao consigo esquecer aqueles meses de agonia, desespero e .. Força e mais força ainda, só tens que acreditar em ti e os amigos são sempre um bom remédio para essas feridas :)

    Beijo
    Giu*

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  2. Completamente. Por mais fartas que estejamos , a rotina matem-se e só o tempo poderá alterar qualquer sentimentos por mais forte e unico que seja.
    Beijinho querida

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  3. Pusha, gostei imenso .

    Um grande beijinho *.*

    ps (obrigada por teres comentado um dos meus grandes desabafos :D)

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